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Psicossomática

Psicossomática

O que é a Psicossomática?
- Estudo e tratamento das doenças do corpo, cuja causa principal é de ordem psicológica;
- A palavra psicossomática deriva dos termos gregos psyche e soma, que querem dizer mente e corpo, respectivamente.

O conceito data da 1ª metade do século XX e tem como fim reduzir a separação entre doenças que procedem do mental e doenças que procedem do físico. Surge como uma reacção doutrinária e operacional contra o tecnicismo médico moderno, opondo-se à demasiada especialização das matérias médicas. Apoia-se na unidade funcional do organismo como um todo, aceitando a mente e o corpo como uma totalidade onde não tem lugar a visão unilateral de qualquer das duas partes. Assim, a saúde do corpo dependerá da saúde da mente e as manifestações patológicas do organismo actuarão, reciprocamente, sobre a mente, desencadeando aí perturbações que devem ser encaradas em termos de unidade Psicossomática.
Os autores desta área defendem que «a influência dos fenómenos psíquicos no aparecimento e desenvolvimento das doenças é um problema que tem de encarar-se no mesmo plano que a influência dos processos químicos, físicos ou bacterianos» (Von Wexküll).
A Psicossomática entende-se como uma verdadeira ciência, mais do que um simples especialidade médica, uma vez que no corpo tudo estará ligado a tudo e podendo encontrar-se na base de uma perturbação funcional outras perturbações. Várias doenças, consideradas noutro tempo somáticas devido às suas manifestações orgânicas, preocupam os “adeptos” da Psicossomática ao verificar-se que estão na dependência estreita de alterações psicológicas precedentes ou actuais.
Compreende-se o interesse e a preocupação da Psicossomática em encontrar as causas mais remotas de certas doenças e de valorizar a esfera psicológica em situações que a Medicina objectiva radicava apenas no mais directamente visível e interpretável. No entanto, não nos podemos esquecer que este estudo está no início e tem muitas dificuldades a vencer e provavelmente estará aí a razão de certos exageros, acabando os especialistas da Psicossomática por cometer erros opostos aos organicistas, que consideravam apenas o somático, quando valorizam a todo o custo as causas psicológicas em situações onde só remotamente podem invocar-se.
O facto de numerosas doenças aparecerem nos sujeitos que têm certos tipos ou traços de personalidade e/ou que têm dificuldades em se ajustarem aos acontecimentos vitais e ao stress, e/ou que têm pouco suporte social, significa que as reacções biológicas às agressões diversas e as suas consequências patogénicas são mais marcadas nestes sujeitos. Isto levou a que na segunda metade do séc. XX, alguns trabalhos tentassem perceber esta relação, correlacionando certos traços de personalidade ou modalidade de relação com variáveis biológicas com uma propensão para desenvolver certas doenças. No entanto, o conceito permanece vago e as investigações ainda não trouxeram dados científicos que permitam assentar de uma maneira autónoma uma nova disciplina médica, ou novas concepções etiológicas.
De certa maneira toda a medicina é Psicossomática, uma vez que não se considera apenas a doença, mas também o estado mental do sujeito, a sua história e a sua personalidade. Certas doenças orgânicas são mais frequentemente provocadas por uma desordem da afectividade, servindo-se das vias do sistema nervoso, para se “somatizar”. As emoções podem traduzir-se de duas maneiras exteriorizando-se no comportamento através de lágrimas, gritos, ou então repercutem-se nos órgãos internos por meio de espasmos ou de emissões glandulares, sem deixar de ter uma causa psicológica que se reflecte através da componente somática.

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